04/11/2016 | Sem categoria
A caravana do Ministério Público Itinerante (MPI), projeto do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) desenvolvido pela Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos), realizou atendimentos nessa quinta-feira, 27 de outubro, em Nova Dores do Paraibuna, distrito de Santos Dumont, na região da Zona da Mata. Os problemas relatados pelas comunidades quilombolas de São Sebastião da Boa Vista e Cachoeirinha foram uma das principais demandas recebidas por servidores do MPMG e promotores de Justiça.
Os atendimentos foram realizados na praça de Nova Dores, local que abriga a Paróquia de Nossa Senhora das Dores, e na Escola Municipal Professora Maria Aparecida Dias. Os servidores do MPMG e demais parceiros do MPI realizaram atendimentos jurídicos sobre questões de família, pensão alimentícia, aposentadoria e previdência social. Doação de livros, atividades culturais e recreativas, palestras sobre Direitos das mulheres, Ameaças ocultas na redes sociais, Direitos do consumidor, Ato infracional e suas medidas e Conhecendo o Ministério Público fizeram parte da programação do MPI em Nova Dores.
Os promotores de Justiça de Santos Dumont, Rita de Cássia Graziosi Gama e Flávio Barra Rocha, participaram dos atendimentos juntamente com o coordenador da Cimos, promotor de Justiça Paulo César Vicente de Lima, e com o procurador de Justiça Bertoldo Matheus de Oliveira Filho (coordenador estadual de Defesa do Direito de Família, das Pessoas com Deficiência e dos Idosos), além de servidores do MPMG e do servidor da Prefeitura Municipal de Santos Dumont e coordenador do projeto Seja Dorense, Wilson Francisco Nepomuceno. O evento contou com o apoio do 9º Batalhão da Polícia Militar.
Em um dos atendimentos feitos pelo procurador de Justiça Bertoldo Mateus, um senhor e sua companheira solicitaram ao MPMG um Termo de Declaração de União Estável. De acordo com o procurador de Justiça, o aposentado, que mantém uma união estável com a mulher desde 1998, necessitava da certidão especialmente para fins previdenciários. O documento emitido e entregue ao aposentado comprova que a mulher é sua dependente. O casal tem uma filha de nove anos.
Quilombolas
Integrantes das comunidades quilombolas de São Sebastião da Boa Vista e Cachoeirinha levaram ao conhecimento de servidores e promotores de Justiça as dificuldades pelas quais passam: falta de atendimento especializado na área de saúde, indefinição quanto ao domicílio eleitoral (se pertencem a Santos Dumont ou Antônio Carlos, já que uma mudança recente está gerando algumas dificuldades para essas comunidades), questões relacionadas à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), entre outras.
Além de discutir problemas pontuais, o assunto mais abordado durante a reunião com servidores do MPMG, promotores de Justiça e lideranças daquelas comunidades foi a demarcação e titulação das terras quilombolas. Como a maioria não tem o título de propriedade da terra, o principal objetivo dessas comunidades é regularizar essa situação.
De acordo com o coordenador da Cimos, Paulo César Vicente, “a promotora de Justiça de Santos Dumont, Rita de Cássia, que se colocou à disposição das comunidades, levou ao conhecimento da Cimos os problemas enfrentados pelos quilombolas da região de Nova Dores”.
Ainda segundo o promotor de Justiça, “a demarcação das terras dos quilombolas de São Sebastião da Boa Vista e Cachoeirinha, comunidades já legitimadas, é um trabalho que precisa do esforço de todos. As comunidades precisam estar unidas em busca desse objetivo, se organizarem e lutar por esse direito. O MPMG irá orientá-los e auxiliá-los para que a demarcação e titulação das terras se torne uma realidade”, destaca Paulo César.
MP Itinerante
O MPI já atendeu mais de 200 municípios desde 2010, quando teve início o projeto. Além de ampliar o diálogo do MPMG com a sociedade civil, o projeto incentiva a população mineira a exercer a cidadania participativa como forma de buscar e de pensar políticas públicas eficientes e, principalmente, adequadas às características de cada região.
Para isso, o MPMG e seus parceiros levam informações que auxiliam a população na conquista de direitos.
A população local também têm à disposição diversos serviços, podendo tirar segunda via de certidões de nascimento, casamento e óbito e de documento de identidade, fazer reconhecimento de paternidade e realizar retificações de nome, tudo gratuitamente.
Confira aqui todas as fotos da edição do projeto.
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*Matéria retirada do site do Ministério Público de Minas Gerais. A íntegra pode ser acessada no seguinte link: MPMG